Muita gente inquieta, examinando o intercâmbio entre os
novos discípulos do Evangelho e os desencarnados, interroga,
ansiosamente, pelas possibilida des da colaboração espiritual, junto às
atividades humanas.
Por que razão os emissários do invisível não proporcionam descobertas sensacionais ao mundo?
Por que não revelam os processos de cura das moléstias que desafiam a Ciência?
Como não evitam o doloroso choque entre as nações?
Tais investigadores, distanciados das noções de justiça,
não compreendem que seria terrível furtar ao homem os elementos de
trabalho, resgate e ele vação. Aborrecem-se, comumente, com as
reiteradas e afetuosas recomendações de paz das comunicações do
Além-Túmulo, porque ainda não se harmonizaram com o Cristo.
Vejamos o Mestre com os discípulos, quando voltava a
confortá-los, do plano espiritual. Não lhe observamos na palavra
qualquer recado torturante, não estabelece a menor expressão de
sensacionalismo, não se adianta em conceitos de revelação supernatural.
Jesus demonstra-lhes a sobrevivência e deseja-lhes paz.
Será isso insuficiente para a alma sincera que procura a
integração com a vida mais alta? Não envolverá, em si, grande
responsabilidade o fato de reconhecerdes a continuação da existência,
além da morte, na certeza de que haverá exame dos compromissos
individuais?
Trabalhar e sofrer constituem processos lógicos do
aperfeiçoamento e da ascensão. E que atendamos a esses imperativos da
Lei, com bastante paz, é o desejo amoroso e puro de Jesus-Cristo.
Esforcemo-nos por entender semelhantes verdades, pois
existem numerosos aprendizes aguardando os grandes sinais, como os
preguiçosos que respiram à sombra, à espera do fogo-fátuo do menor
esforço.
XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 53.
* * * Estude Kardec * * *
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