Aqui, vemos Jesus utilizar na edificação do Reino Divino um dos mais belos símbolos.
Efetivamente, se desejasse, o Mestre criaria outras
imagens. Poderia reportar-se às leis do mundo, aos deveres sociais, aos
textos da profecia, mas prefere fixar o ensinamento em bases mais
simples.
O arado é aparelho de todos os tempos. É pesado, demanda
esforço de colaboração entre o homem e a máquina, provoca suor e
cuidado e, sobretudo, fere a terra para que produza. Constrói o berço
das sementeiras e, à sua passagem, o terreno cede para que a chuva, o
sol e os adubos sejam convenientemente aproveitados.
É necessário, pois, que o discípulo sincero tome lições
com o Divino Cultivador, abraçando-se ao arado da responsabilidade, na
luta edificante, sem dele retirar as mãos, de modo a evitar prejuízos
graves à "terra de si mesmo".
Meditemos nas oportunidades perdidas, nas chuvas de
misericórdia que caíram sobre nós e que se foram sem qualquer
aproveitamento para nosso espírito, no sol de amor que nos vem
vivificando há muitos milênios, nos adubos preciosos que temos recusado,
por preferirmos a ociosidade e a indiferença.
Examinemos tudo isto e reflitamos no símbolo de Jesus.
Um arado promete serviço, disciplina, aflição e cansaço;
no entanto, não se deve esquecer que, depois dele, chegam semeaduras e
colheitas, pães no prato e celeiros guarnecidos.
XAVIER, Francisco Cândido. Pão Nosso. Pelo Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 3.
* * * Estude Kardec * * *
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