12 de maio de 2011

Estrela oculta


Quando a tempestade da cólera explore no ambiente, desprendendo granizos dilacerantes, vemo-la por antena de amor, isolando-lhe raios, e se o temporal da revolta encharca os que tombam na estrada sob o visco da lama, ei-la que surge igualmente por força neutralizante, subtraindo o lodo e  aclarando...


Remédios nas feridas profundas que se  escondem na alma, ante os golpes da injúria, é bálsamo invisível, lenindo toda a chaga.

Socorro nóbre e justo, é a luz doce da ausência, ajudando e servindo onde a leviandade arroja fogo e fel.

Filha de compaixão, auxilia sem paga, impedindo a estensão da maldade infeliz...

Ante a sua presença, a queixa descabida interrompe-se e para, e o verbo contudente empalidece e morre.

Onde vibra, amparando todo ódio contém-se, e o incêndio da impiedade apaga-se no chofre...

Acessível a todos, vêmo-la em toda parte, onde o homem cultiva a caridade simples, debruçando-se, pura, à maneira de aroma envolvente e sublime, anulando o veneno em que a treva nutre...

Guardemo-la conosco, onde formas chamados, sempre que o mal reponte, delinquente e sombrio, porque essa estrada oculta, ao alcance de todos, é a prece do silêncio em clima de perdão.

Emmanuel- Chico Xavier
do livro - Paz e Renovação


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