11 de junho de 2012

Purificação Íntima



"Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os co rações." - (TIAGO, capítulo 4, versículo 8.)
Cada homem tem a vida exterior, conhecida e analisada pelos que o rodeiam, e a vida íntima da qual somente ele próprio poderá fornecer o teste munho.
O mundo interior é a fonte de todos os princípios bons ou maus e todas as expressões exteriores guardam aí os seus fundamentos.
Em regra geral, todos somos portadores de graves deficiências íntimas, necessitadas de retificação.
Mas o trabalho de purificar não é tão simples quanto parece.
Será muito fácil ao homem confessar a aceitação de verdades religiosas, operar a adesão verbal a ideologias edificantes... Outra coisa, porém, é realizar a obra da elevação de si mesmo, valendo-se da auto-disciplina, da compreensão fraternal e do espírito de sacrifício.
O apóstolo Tiago entendia perfeitamente a gravidade do assunto e aconselhava aos discípulos alimpassem as mãos, isto é, retificassem as atividades do plano exterior, renovassem suas ações ao olhar de todos, apelando para que se efetuasse, igualmente, a purificação do sentimento, no recinto sagrado da consciência, apenas conhecido pelo aprendiz, na soledade indevassável de seus pensamentos. O companheiro valoroso do Cristo, contudo, não se esqueceu de afirmar que isso é trabalho para os de duplo ânimo, porque semelhante renovação jamais se fará tão-somente à custa de palavras brilhantes.

XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 18.





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2 de junho de 2012

Perseverança com Alegria

Não te detenhas nunca ante o desafio do bem.

Jamais percas a confiança em Deus.


Nunca te entristeçam as provações, nem te aturdam os testemunhos.

O filete de água que procede de uma fonte poderosa destina-se ao mar. Suplanta obstáculos, contorna acidentes geográficos, porém logra o seu fanal.


Vida física é oportunidade abençoada, instrumentalidade para o progresso. Também é masmorra transitória de que te libertarás um dia se te promoveres às alturas do bem.
Não examines as questiúnculas, nem os problemas do caminho, senão para os solucionar.

Quem se abate sob um céu nublado não merece a noite salpicada de estrelas.


Fadado ao infinito, o Espírito nasce e renasce no corpo para progredir, adquirindo experiências e modelando santificação.






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Ouves a vozeria que fala de júbilos e te entristeces por não estares entre eles, os enganados algaraviastes.
Talvez, eles não estejam felizes, senão excitados.


Deténs-te a examinar os que exibem paz e te afliges, face aos conflitos que espocam no teu mundo íntimo.


Quiçá, não estejam em harmonia, senão anestesiados pelos vapores da ilusão, aqueles que se exibem.
Mantém a tua confiança no ideal que abraças e não meças as vitórias do teu espírito com a fita métrica dos triunfos terrestres transitórios.

O cristão verdadeiro, e o espírita, em particular, triunfam sobre si mesmos, vencem-se, interiormente, e galgam os degraus do êxito ao lobrigar as paisagens mergulhadas no sol da imortalidade em triunfo.


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Jesus, na entrada triunfal em Jerusalém, não era um vencedor nem um vencido. Era alguém incompreendido pela massa.

Colocado, porém, na cruz, a massa acreditava que Ele havia perdido a batalha, no entanto, era o vencedor em triunfo sobre os enganos que a massa lhe oferecera e Ele desdenhara.


Não te esqueças: dor e prova, renúncia e abnegação constituem as marcas do Cristo Jesus a se insculpirem na tua alma, quais estrelas luminescentes no velário da noite, falando ao sol e de belezas imortais.


FRANCO, Divaldo Pereira. Alerta. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.


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11 de maio de 2012

Mãe


Um dia, a Mulher solitária e atormentada chegou ao Céu e, rojando-se, em lágrimas, diante do Eterno Pai, suplicou:
? Senhor, estou só! Compadece-te de mim.
Meu companheiro fatigado, cada dia, pede-me repouso e devo velar-lhe o sono! quando triunfa no trabalho, absorve-se na atividade mais intensa e, muita vez distraído, afasta-se do lar, aonde volta somente quando exausto, a fim de refazer-se. Se sofre, vem a mim, abatido, buscando restauração e conforto...
Tu que deste flores ao arvoredo e que abriste as carícias da fonte, no seio escuro e ressequido do solo, consagras-me, assim, ao insulamento? Reservaste a terra inteira ao serviço do homem que se agita, livre e dominador, sobre montes e vales, e concedes a mim apenas o estreito recinto da casa, entre quatro paredes, para meditar e afligir-me sem consolo? Se sou a companheira do homem, que se vale de mim para lutar e viver, quem me acompanhará na missão a que me destinas?
O Senhor sorriu, complacente, em seu trono de estrelas fulgurantes e, afagando-lhe a cabeça curvada e trêmula, falou compadecido:
? Dei o mundo ao homem, mas confiarei a vida ao teu coração.
Em seguida colocou-lhe nos braços uma frágil criança.
Desde então, a Mulher fez-se Mãe e passou a viver plenamente feliz.
Pelo Espírito Meimei
XAVIER, Francisco Cândido. Luz no Lar. Espíritos Diversos. FEB. Capítulo 13.

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10 de maio de 2012

Prece de Cárita



Deus, nosso Pai, que tendes poder e bondade, dai força àquele que passa pela provação, dai luz àquele que procura a verdade, ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
Deus, dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.
Pai, dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão o pai.
Senhor, que a Vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes.
Piedade, meu Deus, para aquele que Vos não conhece, esperança para aquele que sofre. Que a Vossa bondade permita aos Espíritos consoladores derramarem por toda a parte a paz, a esperança e a fé.
Deus, um raio de luz, uma centelha do Vosso amor pode iluminar a Terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão; um só coração, um só pensamento, subirão até Vós, como um grito de reconhecimento e amor.
Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos, oh! poder, oh! bondade, oh! beleza, oh! perfeição, e queremos de algum modo alcançar a Vossa misericórdia.
Deus, dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até Vós; dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão, dai-nos a simplicidade que fará das nossas almas o espelho onde se deve refletir a Vossa imagem.
Sra. W. Krell. Da obra: Anuário Espirita 2002. Ditado pelo Espírito Cárita. A Prece de Cárita original foi recebida no Natal de 1873, em Bordéus, França, pela médium Sra. W. Krell.. Instituto de Difusão Espírita.

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6 de maio de 2012

Aborto



"Não matarás". (Êxodo, 20:13)
Aborto é a interrupção da gravidez, com a conseqüente morte do produto da concepção. Segundo projeções estatísticas, cerca de 10 a 12% de todas as gestações terminam em aborto espontâneo. A legislação penal brasileira considera o aborto voluntário como infração penal, nos seguintes casos: aborto provocado pela gestante; aborto provocado por terceiro, sem o consentimento da gestante; e aborto provocado por terceiro, com o consentimento da gestante.
O aborto voluntário somente é permitido, pela legislação penal brasileira, nos casos de perigo de vida para a gestante e nos casos de estupro. A Doutrina Espírita admite o aborto apenas em uma situação: na hipótese de a gravidez representar perigo para a vida da gestante (LE, 359). No caso do estupro, deve ser preservado o direito do inocente que está para nascer. Se a mãe não desejar o fruto daquele relacionamento espúrio (ilegítimo), que dê a luz à criança e depois a entregue para adoção, se conseguir. Não é raro acontecer que a mãe termine apegando-se amorosamente à criança, a princípio rejeitada, que geralmente se transforma em arrimo (suporte) material e moral da mãe nos dias de sua velhice. Geralmente, o estupro, sendo resultante da lei de causa-e-efeito, representa uma expiação para a mãe e para os familiares, que terão uma grande oportunidade de superar, juntos, as dificuldades e os sofrimentos.
Em 1980, calculava-se que se praticava, no Brasil, cerca de um milhão de abortos por ano. Segundo estimativas de 1991, esse índice teria subido para cerca de cinco milhões de abortos por ano. Note-se que tais dados foram tomados com base no internamento ou morte da gestante. Acredita-se, por isso, que o número de abortos praticados seja muito maior do que se pensa.
Na Europa, o problema assume níveis catastróficos. Todos ou quase todos os países da Europa já aprovaram leis permissivas do aborto, sob a alegação de que a vida começa com o nascimento e não na concepção (fecundação ou união do esperma com o óvulo) e que cabe à mulher dispor sobre o seu próprio corpo.A Itália detém o recorde de crescimento negativo da população. Isso causa problemas econômicos, em face do envelhecimento da maioria aposentada, sem o correspondente crescimento da massa trabalhadora e conseqüente respaldo da contribuição previdenciária, incluindo o consumo e o serviço militar.
Entretanto, nem tudo que é legal é moral. O aborto é um ato de covardia, um assassinato praticado contra uma criatura indefesa. Pior que isso, é um crime contra a Natureza, uma vez que o direito de nascer é de Procedência Divina. Não cabe a criatura alguma a faculdade de obstar esse direito, extinguindo a vida de um ser em formação. A vida é um bem indisponível, da qual somos meros usufrutuários (ver item 7.4.4).
A união do Espírito ao corpo inicia-se no momento da fecundação, mas só se completa por ocasião do nascimento (LE, 344; OQE, p. 197). Portanto, desde o início da gestação, já há um Espírito ligado ao ovo. O abortamento significa a sua expulsão de forma violenta, portanto um crime, pelo qual respondem os que praticam a decisão de efetivá-lo e os que o executam (LE, 357 e 358).
No Velho Testamento, o mandamento da lei moral ainda em vigor preconiza o "não matarás". Com que direito então vamos condenar um inocente, que tem o mesmo direito à vida que nós encarnados?
O aborto frustra o trabalho de verdadeiras equipes espirituais que se coordenam no esforço abnegado para o êxito do processo reencarnatório.
Às vezes, a criatura a ser abortada pode ser um missionário que deveria reencarnar para cumprir uma tarefa essencial à humanidade, como foi o caso de Bethoven, cujos quatro irmãos mais velhos nasceram todos com problemas sérios de saúde, mas nem por isso sua mãe consentiu com a proposta indecente de aborto do quinto filho, que veio a trazer uma contribuição inestimável para o mundo, no campo da música, que é a linguagem da alma (OP, Feb, p. 174-185). Independente da missão a ser desenvolvida pelo Espírito, uma vez que todo ser tem uma tarefa a cumprir na sociedade, por mais simples que seja (LE, 573), o aborto deve ser evitado.
Mesmo diante da possibilidade de o filho nascer com deformidades físicas, como, por exemplo, no caso da hidrocefalia (presença anormal de líquido no cérebro) e da anencefalia (ausência do cérebro físico), a Doutrina Espírita não recomenda o aborto, que, muitas vezes, é autorizado, inadvertidamente, por magistrados desconhecedores das leis naturais em estudo. Não há acaso no processo reencarnatório, pois as leis divinas obedecem a um planejamento, tendo em vista a reeducação e a felicidade das criaturas. Na maioria das vezes, as deformidades físicas fazem parte do programa expiatório(1) do reencarnante. Interromper a gravidez, nestas condições, é impedir o resgate do Espírito e dos próprios pais, que igualmente não sofrem em vão ou imerecidamente.
É muito mais sensato enfrentar a gravidez, em qualquer situação, do que praticar um crime dessa natureza. Além da consciência tranqüila, os pais receberão a ajuda necessária do Criador para cumprir o seu papel (ver item 7.3.4).
Desde que as criaturas se permitem a comunhão sexual, é justo que se submetam ao tributo da responsabilidade do ato livremente praticado.
Várias são as causas do aborto. Excetuada a questão de o nascimento representar perigo à vida da mãe, a raiz do mal estará sempre no egoísmo, no materialismo e na ignorância. Muitas criaturas optam pela prática do aborto por questões de vaidade. Há relatos médicos, informando que certas mulheres pedem o aborto por questões estéticas, outras por questões relacionadas ao prazer sexual, escolha do sexo da criança etc. O preconceito da família e da sociedade contra as mães solteiras, principalmente as jovens inexperientes, também tem contribuído para aumentar as estatísticas do aborto.
É importante o controle da natalidade, mas deve ser feito sem violentar o direito de outrem. É preferível evitar a gravidez por meio de métodos contraceptivos, com acompanhamento médico, do que praticar o aborto, quando uma vida palpita plena de esperança, no seio materno.
Na maioria das vezes, a violência contra o feto gera ódio e revolta, que se estende por longos períodos, conduzindo a processos obsessivos de difícil solução (item 7.3.3).
O aborto criminoso produz na organização perispirítica da mulher, isto é, no perispírito, matriz do corpo físico, grande traumatismo, desequilibrando as funções de determinados centros vitais, principalmente o centro genésico (item 5.3.3.2), afetando os órgãos reprodutores femininos, cujos efeitos podem se fazer sentir em mais de uma encarnação.
Se o Espírito abortado for vingativo, inconformado com a oportunidade que lhe foi subtraída de retornar à vida física, imanta-se aos centros vitais da mãe e tudo faz para subjugá-la à sua vontade, enfraquecendo- lhe as resistências psicofísicas e emocionais, podendo, em alguns casos, levá-la à demência ou ao suicídio.
O jurista Ives Gandra da Silva Martins, em artigo contrário ao aborto, transcreveu trechos de uma sentença proferida pela Suprema Corte dos EUA em 1857, ano em que surgiu na França O Livro dos Espíritos. Sete dos nove magistrados votaram a favor da tese de que o negro não era uma pessoa humana e, como tal, pertencia ao seu "dono". "Mesmo que possua um coração e um cérebro e seja tido biologicamente como humano - decidiu o Tribunal - um escravo não é pessoa perante a lei". Por conseguinte, podia-se comprar, vender e matar os escravos, como se fossem coisas. Por volta do século V, a Igreja Católica discutia se a mulher tinha alma ou não.
Atualmente, estes argumentos parecem uma piada de mau gosto. Isso comprova que o desenvolvimento intelectual, tecnológico e econômico, próprio dos países do chamado Primeiro Mundo, nem sempre está de acordo com o avanço moral que se espera de uma nação civilizada (LE, 751) e que as transitórias leis humanas, ao contrário das divinas, são mutáveis e apropriadas a cada época.
Apesar disso, naquele mesmo país (Estados Unidos da América), a Suprema Corte admitiu o aborto, em 22.01.1973, sob alegação de que o feto não era pessoa e como tal detentora de direitos, o que demonstra o desconhecimento das leis espirituais que regem a vida humana.
O ginecologista norte-americano Dr. E. Nathanson, ex-diretor da maior clínica abortista do mundo, que praticou, pessoalmente, cerca de 5.000 abortos e supervisionou outros 60.000, felizmente, reconheceu o seu lamentável engano, confessando, inclusive, os métodos desleais e criminosos com que eram manipuladas e fraudadas as pesquisas, nos Estados Unidos, para o efeito de sensibilizar a opinião pública e o Congresso, para obter a aprovação de leis abortivas.
Esse arrependimento se deu depois que ele se especializou em fetologia e pôde constatar, cientificamente, que o feto é uma criatura humana e não apenas um amontoado de carne. Com o desenvolvimento da Medicina, pela ecografia(2), foi possível realizar a filmagem do comportamento do feto, no momento da prática abortiva.
Graciela Fernández Raineri, no livreto "Deixem-me viver"(3), com base nas experiências narradas pelo Dr. Nathanson, descreveu a reação de um ser indefeso e encurralado no útero materno, no momento do aborto:
"Vi o filme médico ?O Grito Do Silêncio?, apresentado pelo doutor E. Nathanson, famoso médico ex-abortista norte-americano. Ele mostra, mediante uma ecografia realizada na mãe no momento do abortar, o que sucede com esse ser que - apenas agora se sabe com certeza científica - já tem todas as características próprias da vida humana: capacidade sensitiva à dor, ao medo e apego à vida. Ao vê-lo, acreditei ser uma obrigação social divulgá-lo, porque todos (sobretudo as mães) têm o direito de saber o que realmente sucede em um aborto.
Em instantes prévios à operação abortiva, se vê o feto (neste caso verídico, de doze semanas) com movimentos calmos, colocando o polegar na boca de vez em quando, totalmente tranqüilo nesse ambiente de paz, como é o claustro materno. Ao introduzir o abortista no útero o primeiro elemento metálico procurando a bolsa amniótica para seu rompimento, o novo ser perde seu estado de tranqüilidade. Seu coração se acelera enquanto tenta movimentos nervosos de mudança de lugar. A bolsa é rota e se introduz o instrumento de aspiração. É notório que nenhum dos elementos metálicos tocou ainda no feto e, no entanto, ele pressente algo anormal e terrível próximo a lhe suceder, porque agora muda de lugar em um ritmo enlouquecido para os lados e para cima, em um desesperado intento de escapar. Seu ritmo cardíaco se eleva mais ainda. Quando o metal já está quase a tocá-lo, encolhe todo o seu corpinho até o limite superior do útero e sua boca se abre desmesuradamente. Aqui é alcançado pela aspiradora, que desde suas extremidades inferiores o vai succionando e até o destroçando, até ficar somente a cabeça, que não passa pelo conduto de aspiração. Esta é triturada, então, com uma espécie de tenaz que vai retirando os pedaços do que foi um ser humano aterrorizado, que ainda mesmo sob tamanha desigualdade de condições, fez o impossível para não morrer e, no instante final, abrindo sua boca ao máximo, como um último intento de expressão humana - ainda desconhecida e prematura, porém sem dúvidas com o instinto de sua natureza -, de pedir auxílio... a quem?
Eu, pessoa humana, que ascendi à maravilhosa realidade da vida e posso gritar e expressar minha vontade, empresto hoje minha voz a todos esses seres humanos que, ao serem abortados, quiseram gritar solicitando a vida, abrindo sua boca, porém... ainda não tinham voz! Não é um atitude pessoal subjetiva. Investiguem vocês. É científica e humanamente real. Em nome de todos esses inocentes, eu peço a quem competir que projete este filme nos últimos anos secundários de todos os colégios de mulheres e homens, nas universidades etc., a fim de que se faça conhecer por todos os meios isto que faz a própria essência da pessoa humana; seu inalienável direito à vida". (Destacamos).
Atualmente, as técnicas modernas permitem inclusive o tratamento das enfermidades do feto no interior do útero, o que acentua ainda mais o direito à preservação da vida, a partir da fecundação.
Aquelas criaturas que já praticaram o aborto ou foram por ele responsáveis não devem se traumatizar ante estas notícias. O grau de culpabilidade é maior ou menor, de acordo com a consciência do ato. Não que possamos invocar o desconhecimento das leis divinas para nos eximirmos de nossas responsabilidades, pois nesses casos o rigor das Leis divinas é atenuado. Não! Mas, o arrependimento sincero e a vontade poderosa de reparar o erro permite à criatura reabilitar-se ante as Leis Divinas, porque Deus é, acima de tudo, Misericórdia, Bondade e Justiça infinitas.
O primeiro passo é arrepender-se sinceramente do que fez, para não mais reincidir no mesmo erro; depois, procurar fazer o bem da forma como puder, como, por exemplo, auxiliando outras crianças, através da adoção direta ou indireta(4), ou por qualquer outro meio lícito.
Enfim, praticar a Caridade como quiser e puder, porque "o amor cobre a multidão de pecados" (I, PEDRO, 4:8), isto é, o bem praticado hoje neutraliza os efeitos do mal cometido ontem.
Nota sobre o Artigo e seu Autor: O artigo acima está no livro ainda não publicado, o qual é também de autoria de Christiano Torchi, advogado e dedicado trabalhador da causa espírita em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, o qual tem como título (ainda provisório) Introdução ao Conhecimento da Doutrina Espírita.
Referências:
1. Programa expiatório é o planejamento das dificuldades e sofrimentos pelos quais o Espírito terá de passar, como forma de iniciar o processo que antecede a reparação dos erros cometidos.
2. Ecografia ou ultrassonografia é um exame complementar (auxiliar) no qual se visualiza os órgãos internos através de imagens indiretas. Funciona como um radar de submarino ou avião. O aparelho emite sons de alta freqüência e os recebe de volta. Dependendo da distância e do tamanho dos elementos a serem examinados se obtêm diferentes tons cinza ou colorido, conforme o tipo de aparelho utilizado.
3. 1994, janeiro, p. 20-21.
4. A adoção indireta é uma forma de auxiliar as famílias carentes ou as mães solteiras a criarem seus filhos, colaborando para que tenham uma vida mais digna.
Christiano Torchi. Retirado do Boletim GEAE Número 479 de 3 de agosto de 2004.

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O Serviço da Perfeição



Um velho oleiro, muito dedicado ao trabalho, certa feita adoeceu gravemente e entrou a passar enormes dificuldades.
Os parentes, aos quais ele mais servira, moravam em regiões distantes e pareciam haver perdido a memória...
Sem ninguém que o auxiliasse, passou a viver da caridade pública, mas, quando esmolava, caiu na via pública e quebrou uma das pernas, sendo obrigado a recolher-se à cama por longo tempo.
Chorando, amargurado, fez uma prece e rogou a Deus alguma consolação para os seus males.
Então, dormiu e sonhou que um anjo lhe apareceu, trazendo a resposta pedida.
O mensageiro do Céu conduziu-o até o antigo forno em que trabalhava, e, mostrando-lhe alguns formosos vasos de sua produção, perguntou:
- Como é que você conseguiu realizar trabalhos assim tão perfeitos?
O oleiro, orgulhoso de sua obra, informou:
- Usando o fogo com muito cuidado e com muito carinho, no serviço da perfeição. Alguns vasos voltaram ao calor intenso duas ou três vezes.
- E sem fogo você realizaria a sua tarefa? - indagou, ainda, o emissário.
- Nunca! - respondeu o velho, certo do que afirmava.
- Assim também - esclareceu o anjo, bondoso -, o sofrimento e a luta são as chamas invisíveis que Nosso Pai Celestial criou para o embelezamento de nossas almas que, um dia, serão vasos sublimes e perfeitos para o serviço do Céu.
Nesse instante, o doente acordou, compreendeu a Vontade Divina e rendeu graças a Deus.
XAVIER, Francisco Cândido. Pai Nosso. Pelo Espírito Meimei. FEB.

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5 de maio de 2012

Instrumento ou Arma



Está presente em quase todos os movimentos da atualidade e é responsável por incontáveis fenômenos do processo evolutivo da Humanidade.
Facilita as trocas, impulsiona o progresso, faculta o conforto e sustenta a vida.
A sua presença modifica muitas situações e resolve incontáveis problemas.
Ajuda na enfermidade, na educação e na caridade.
Muitos o consideram fator primordial para a felicidade.
Todavia, responde por crimes inumeráveis: corrupção, desdita, miséria e fome...
Catastrófico em mãos irresponsáveis, estimula o ódio e favorece a violência.
Denigre o caráter, conduz à traição, entorpece os sentimentos...
Referimo-nos ao dinheiro.
Não é ele, porém, bom ou mau.
O uso que se lhe faz e a ambição humana que o cerca, o tornam instrumento de vida ou arma de morte.
*
Não transformes o dinheiro em meta essencial da tua existência.
Trabalha por adquiri-lo, a fim de o aplicares nas necessidades e deveres morais.
Busca viver, dele fazendo um meio para as finalidades superiores da vida, sem que te escravizes à sua paixão vivendo para ele.
Conquista-o mediante o labor digno, de modo que ele seja, em tuas mãos, em tua vida, recurso de elevação e mensageiro da felicidade, para ti e para aqueles a quem possas beneficiar.
FRANCO, Divaldo Pereira. Episódios Diários. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 44.

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O Ensino da Sementeira


Certo fazendeiro, muito rico, chamou o filho de quinze anos e disse-lhe:

- Filho meu, todo homem apenas colherá daquilo que plante. Cuida de fazer bem a todos, para que sejas feliz.
O rapaz ouviu o conselho e, no dia imediato, muito carinhosamente alojou minúsculo cajueiro em local não distante da estrada que ligava o vilarejo próximo à propriedade paternal.
Decorrida uma semana, tendo recebido das mãos paternas um presente em dinheiro, foi à vila e protegeu pequena fonte natural, construindo-lhe conveniente abrigo com a cooperação de alguns poucos trabalhadores, aos quais recompensou generosamente.
Reparando que vários mendigos por ali passavam, ao relento, acumulou as dádivas que recebia dos familiares e, quando completou vinte anos, edificou reconfortante albergue para asilar viajores sem recursos.
Logo após, a vida lhe impôs amargurosas surpresas.
Sua Mãezinha morreu num desastre e o Pai, em virtude das perseguições de poderosos inimigos na luta comercial, empobreceu rapidamente, falecendo em seguida. Duas irmãs mais velhas casaram-se e tomaram diferentes rumos.
O rapaz, agora sozinho, embora jamais esquecesse os conselhos paternos, revoltou-se contra as idéias nobres e partiu mundo a fora.
Trabalhou, ganhou enorme fortuna e gastou-a, gozando os prazeres inúteis.
Nunca mais cogitou de semear o bem.
Os anos se desdobraram uns sobre os outros.
Entregue à idade madura, dera-se ao vício de jogar e beber.
Muita vez, o Espírito de seu pai se aproximava, rogando-lhe cuidado e arrependimento. O filho registrava-lhe os apelos em forma de pensamentos, mas negava-se a atender. Queria somente comer à vontade e beber nas casas ruidosas, até à madrugada.
Acontece, porém, que o equilíbrio do corpo tem limites e sua saúde se alterou de maneira lamentável. Apareceram-lhe feridas por todo o corpo. Não podia alimentar-se regularmente. Perdeu a fortuna que possuía, através de viagens e tratamentos caros. Como não fizera afeições, foi relegado ao abandono. Branquejaram-se-lhe os cabelos. Os amigos das noitadas alegres fugiram dele; envergonhado, ausentou-se da cidade a que se acolhera e transformou-se em mendigo.
Peregrinou por muitos lugares e por muitos climas, até que, um dia, sentiu imensas saudades do antigo lar e voltou ao pequeno burgo que o vira crescer.
Fez longa excursão a pé. Transcorridos muitos dias, chegou, extenuado, ao sítio de outro tempo.
O cajueiro que plantara convertera-se em árvore dadivosa. Encantado, viu-lhe os frutos tentadores. Aproveitou-os para matar a própria fome e seguiu para a vila. Tinha sede e buscou a fonte. A corrente cristalina, bem protegida, afagou-lhe a boca ressequida.
Ninguém o reconheceu, tão abatido estava.
Em breve, desceu a noite e sentiu frio. Dois homens caridosos ofereceram-lhe os braços e conduziram-no ao velho asilo que ele mesmo construíra. Quando entrou no recinto, derramou muitas lágrimas, porque seu nome estava gravado na parede com palavras de louvor e bênção.
Deitou-se, constrangido, e dormiu.
Em sonho, viu o Espírito do pai, junto a ele, exclamando:
- Aprendeste a lição, meu filho? Sentiste fome e o cajueiro te alimentou; tiveste sede e a fonte te saciou; necessitavas de asilo e te acolheste ao lar que edificaste em favor dos que passam com destino incerto...
Abraçando-o, com ternura, acrescentou:
- Por que deixaste de semear o bem?
O interpelado nada pôde responder. As lágrimas embargavam-lhe a voz, na garganta.
Acordou, muito tempo depois, com o rosto lavado em pranto, e, quando o encarregado do abrigo lhe perguntou o que desejava, informou simplesmente:
- Preciso tão-somente de uma enxada... Preciso recomeçar a ser útil, de qualquer modo.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Alvorada Cristã. Ditado pelo Espírito Neio Lúcio. 11 edição. FEB. 1996.

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Em Ti



Porque te acontecem coisas desagradáveis e nem tudo corra conforme gostarias que sucedesse, não te creias fora do auxílio de Deus.
Ninguém que siga ao desamparo divino.
O que ocorre de prejudicial, neste momento, bendirás depois.
O insucesso de agora se transformará em bênção mais tarde, se souberes esperar superando este momento.
Deus está em toda parte, e, obviamente, em ti e contigo também.
Procura encontrá-lO, não somente nas ocorrências ditosas, senão em todos os fatos e lugares.
O desafio da evolução é proposta de vida a ser conquistada por cada um em particular, e por todos em geral.
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Intenta retirar o melhor proveito do aparente insucesso, que se converterá em lição preciosa em teu favor, quando de outros cometimentos.
O homem é templo de Deus, qual ocorre com a Natureza.
Reserva-te a satisfação de ser cada dia melhor do que no anterior, de forma que Ele em ti habite e, sentindo-O, conscientemente, facultes que outros indivíduos também O encontrem.
Assim, não te concedas idéias perniciosas, nem te proponhas frustrações ou amarguras dispensáveis, no teu programa de redenção.
Divaldo P. Franco. Da obra: Episódios Diários. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 33. LEAL.

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Questão 118 - Podem os Espíritos degenerar?


118. Podem os Espíritos degenerar?
"Não; à medida que avançam, compreendem o que os distanciava da perfeição. Concluindo uma prova, o Espírito fica com a ciência que daí lhe veio e não a esquece. Pode permanecer estacionário, mas não retrograda."
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 76.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1995.

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