5 de maio de 2012

Terrorismo de Natureza Mediúnica



Sutilmente vai-se popularizando uma forma lamentável de revelação mediúnica, valorizando as questões perturbadoras que devem receber tratamento especial, ao invés de divulgação popularesca de caráter apocalíptico.
Existe um atavismo no comportamento humano em torno do Deus temor que Jesus desmistificou, demonstrando que o Pai é todo Amor, e que o Espiritismo confirma através das suas excelentes propostas filosóficas e ético-morais, o qual deve ser examinado com imparcialidade.
Doutrina fundamentada em fatos, estudada pela razão e lógica, não admite em suas formulações esclarecedoras quaisquer tipos de superstições, que lhe tisnariam a limpidez dos conteúdos relevantes, muito menos ameaças que a imponham pelo temor, como é habitual em outros segmentos religiosos.
Durante alguns milênios o medo fez parte da divulgação do Bem, impondo vinganças celestes e desgraças a todos aqueles que discrepassem dos seus postulados, castrando a liberdade de pensamento e submetendo ao tacão da ignorância e do primitivismo cultural as mentes mais lúcidas e avançadas...
O Espiritismo é ciência que investiga e somente considera aquilo que pode ser confirmado em laboratório, que tenha caráter de revelação universal, portanto, sempre livre para a aceitação ou não por aqueles que buscam conhecer-lhe os ensinamentos. Igualmente é filosofia que esclarece e jamais apavora, explicando, através da Lei de Causa e Efeito,  quem somos, de onde viemos, para onde vamos, porque sofremos, quais são as razões das penas e das amarguras humanas... De igual maneira, a sua ética-moral é totalmente fundamentada nos ensinamentos de Jesus, conforme Ele os enunciou e os viveu, proporcionando a religiosidade que integra a criatura na ternura do seu Criador, sendo de simples e fácil formulação.
Jamais se utiliza das tradições míticas greco-romanas, quais das Parcas, sempre tecendo tragédias para os seres humanos, ou de outras quaisquer remanescentes das religiões ortodoxas decadentes, algumas das quais hoje estão reformuladas na apresentação, mantendo, porém, os mesmos conteúdos ameaçadores.
De maneira sistemática e contínua, vêm-se tornando comuns algumas pseudorrevelações alarmantes, substituindo as figuras mitológicas de Satanás, do Diabo, do Inferno, do Purgatório, por Dragões, Organizações demoníacas, regiões punitivas atemorizantes, em detrimento do amor e da misericórdia de Deus que vigem em toda parte.
Certamente existem personificações do Mal além das fronteiras físicas, que se comprazem em afligir as criaturas descuidadas, assim como lugares de purificação depois das fronteiras de cinza do corpo somático, todos, no entanto, transitórios, como ensaios para a aprendizagem do Bem e sua fixação nos painéis da mente e do comportamento.
O Espiritismo ressuscita a esperança e amplia os horizontes do conhecimento exatamente para facultar ao ser humano o entendimento a respeito da vida e de como comportar-se dignamente ante as situações dolorosas.
As suas revelações objetivam esclarecer as mentes, retirando a névoa da ignorância que ainda permanece impedindo o discernimento de muitas pessoas em torno dos objetivos essenciais da existência carnal.
Da mesma forma como não se deve enganar os candidatos ao estudo espírita, a respeito das regiões celestes que os aguardam, desbordando em fantasias infantis, não é correto derrapar nas ameaças em torno de fetiches, magias e soluções miraculosas para os problemas humanos, recorrendo-se ao animismo africanista, de diversos povos e às suas superstições. No passado, em pleno período medieval, as crenças em torno dos fenômenos mediúnicos revestiam-se de místicas e de cerimônias cabalísticas, propondo a libertação dos incautos e perversos das situações perniciosas em que transitavam.
O Espiritismo, iluminando as trevas que permanecem dominando incontáveis mentes, desvela o futuro que a todos aguarda, rico de bênçãos e de oportunidades de crescimento intelecto-moral, oferecendo os instrumentos hábeis para o êxito em todos os cometimentos.
A sua psicologia é fértil de lições libertadoras dos conflitos que remanescem das existências passadas, de terapêuticas especiais para o enfrentamento com os adversários espirituais que procedem do ontem perturbador, de recursos simples e de fácil aplicação.
A simples mudança mental pra melhor proporciona ao indivíduo a conquista do equilíbrio perdido, facultando-lhe a adoção de comportamentos saudáveis que se encontram exarados em O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, verdadeiro tratado de eficiente psicoterapia ao alcance de todos que se interessem pela conquista da saúde integral e da alegria de viver.
Após a façanha de haver matado a morte, o conhecimento do Espiritismo faculta a perfeita integração da criatura com a sociedade, vivendo de maneira harmônica em todo momento, onde quer que se encontre, liberada de receios injustificáveis e sintonizada com as bênçãos que defluem da misericórdia divina.
A mediunidade, desse modo, a serviço de Jesus, é veículo de luz, de seriedade, dignificando o seu instrumento e enriquecendo de esperança e de felicidade todos aqueles que se lhe acercam.
Jamais a mediunidade séria estará a serviço dos Espíritos zombeteiros, levianos, críticos, contumazes de tudo e de todos que não anuem com as suas informações vulgares, devendo tornar-se instrumento de conforto moral e de instrução grave, trabalhando a construção de mulheres e de homens sérios que se fascinem com o Espiritismo e tornem as suas existências úteis e enobrecidas.
Esses Espíritos burlões e pseudossábios devem ser esclarecidos e orientados à mudança de comportamento, depois de demonstrado que não lhes obedecemos, nem lhes aceitamos as sugestões doentias, mentirosas e apavorantes com as histórias infantis sobre as catástrofes que sempre existiram, com as informações sobre o fim do mundo, com as tramas intérminas a que se entregam para seduzir e conduzir os ingênuos que se lhes submetem facilmente... O conhecimento real do Espiritismo é o antídoto para essa onda de revelações atemorizantes, que se espalha como um bafio pestilencial, tentando mesclar-se aos paradigmas espíritas que demonstraram desde o seu surgimento a legitimidade de que são portadores, confirmando o Consolador que Jesus prometeu aos seus discípulos e se materializou na incomparável Doutrina.
Ante informações mediúnicas desastrosas ou sublimes, um método eficaz existe para a avaliação correta em torno da sua legitimidade, que é auniversalidade do ensino,  conforme estabeleceu o preclaro Codificador.
Desse modo, utilizando-se da caridade como guia, da oração como instrumento de iluminação e do conhecimento como recurso de libertação, os adeptos sinceros do Espiritismo não se devem deixar influenciar pelo moderno terrorismo de natureza mediúnica, encarregado de amedrontar, quando o objetivo máximo da Doutrina é libertar os seus adeptos, a fim de os tornar felizes.
Pereira Franco, Divaldo. Pelo Espírito Vianna de Carvalho. Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 7 de dezembro de 2009, durante o XVII Congresso Espírita Nacional, em Calpe, Espanha. http://www.divaldofranco.com.

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Emprego da Riqueza



Quando considero a brevidade da vida, dolorosamente me impressiona a incessante preocupação de que é para vós objeto o bem-estar material, ao passo que tão pouca importância dais ao vosso aperfeiçoamento moral, a que pouco ou nenhum tempo consagrais e que, no entanto, é o que importa para a eternidade. Dir-se-ia, diante da atividade que desenvolveis, tratar-se de uma questão do mais alto interesse para a humanidade, quando não se trata, na maioria dos casos, senão de vos pordes em condições de satisfazer a necessidades exageradas, à vaidade, ou de vos entregardes a excessos. Que de penas, de amofinações, de tormentos cada um se impõe; que de noites de insônia, para aumentar haveres muitas vezes mais que suficientes! Por cúmulo de cegueira, freqüentemente se encontram pessoas, escravizadas a penosos trabalhos pelo amor imoderado da riqueza e dos gozos que ela proporciona, a se vangloriarem de viver uma existência dita de sacrifício e de mérito - como se trabalhassem para os outros e não para si mesmas! Insensatos! Credes, então, realmente, que vos serão levados em conta os cuidados e os esforços que despendeis movidos pelo egoísmo, pela cupidez ou pelo orgulho, enquanto negligenciais do vosso futuro, bem como dos deveres que a solidariedade fraterna impõe a todos os que gozam das vantagens da vida social? Unicamente no vosso corpo haveis pensado; seu bem-estar, seus prazeres foram o objeto exclusivo da vossa solicitude egoística. Por ele, que morre, desprezastes o vosso Espírito, que viverá sempre. Por isso mesmo, esse senhor tão animado e acariciado se tornou o vosso tirano; ele manda sobre o vosso Espírito, que se lhe constituiu escravo. Seria essa a finalidade da existência que Deus vos outorgou? -Um Espírito Protetor. (Cracóvia, l861.)
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 16. Item 12. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br.

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3 de maio de 2012

Educação no Lar



"Vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai." - Jesus. (JOÃO, capítulo 8, versículo 38.)
Preconiza-se na atualidade do mundo uma educação pela liberdade plena dos instintos do homem, olvidando-se, pouco a pouco, os antigos ensinamentos quanto à formação do caráter no lar; a coletividade, porém, cedo ou tarde, será compelida a reajustar seus propósitos.
Os pais humanos têm de ser os primeiros mentores da criatura. De sua missão amorosa, decorre a organização do ambiente justo. Meios corrompidos significam maus pais entre os que, a peso de longos sacrifícios, conseguem manter, na invigilância coletiva, a segurança possível contra a desordem ameaçadora. A tarefa doméstica nunca será uma válvula para gozos improdutivos, porque constitui trabalho e cooperação com Deus. O homem ou a mulher que desejam ao mesmo tempo ser pais e gozadores da vida terrestre, estão cegos e terminarão seus loucos esforços, espiritualmente falando, na vala comum da inutilidade.
Debalde se improvisarão sociólogos para substituir a educação no lar por sucedâneos abstrusos que envenenam a alma. Só um espírito que haja com preendido a paternidade de Deus, acima de tudo, consegue escapar à lei pela qual os filhos sempre imitarão os pais, ainda quando estes sejam perversos.
Ouçamos a palavra do Cristo e, se tendes filhos na Terra, guardai a declaração do Mestre, como advertência.
XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 12.

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Holocausto a Fé



A mensagem rutilante avançava gloriosa por quase todo o Império.
No Oriente, a palavra alcançara o Egito, Bizâncio, Cartago, Líbia e se ampliara imensamente em Israel, mesmo sob perseguições insanas... No Ocidente, galvanizava as vidas que se dedicavam a Jesus, pela imensidão da Espanha, das Gálias, da Península Itálica e, particularmente na Capital do Império, com incomparáveis demonstrações de fidelidade que culminava com o sacrifício da própria vida, abalando as estruturas hegemônicas das Legiões...
Depois das calamitosas perseguições que se prolongaram com mais ou menos vigor, Roma havia amenizado o cerco à doutrina do Crucificado, e embora não fosse aceita legalmente, conseguira erguer igrejas, difundir os ensinamentos, publicar as lições incomparáveis do Mestre, realizar reuniões...
Penetrando as classes dominantes, era praticada por comandantes de algumas tropas e seus soldados, por governantes de cidades e pelo povo...
Diocleciano, após muitas lutas sangrentas assumira a governança geral de todo o Império em 284, embora dividisse alguma regiões com outros guerreiros, logo percebendo o perigo que ameaçava a unidade de Roma, que se espalhava por, praticamente, todo o mundo conhecido, porquanto, não poucos generais e comandantes de legiões vinculados à fé cristã, recusavam-se a guerrear, não matando quem quer que fosse, e a impor as leis severas que se faziam necessárias para impedir as sedições e a fragmentação.
Advertido, mais de uma vez, por alguns generais pagãos que se opunham à fraternidade e à doutrina contrária aos deuses das suas tradições politeístas, encomendou o primeiro Édito, firmado no dia 23 de fevereiro de 303, data reservada à celebração da festa da Terminália, que se tratava de homenagear o deus Terminus, protetor das famílias e das fronteiras, coibindo a expansão da doutrina cristã, autorizando a queima dos documentos da fé nascente e a punição dos que se opunham a atender aos deveres do Estado...
A seguir, mandou preparar mais dois Éditos, que se transformaram em instrumento de perseguição sistemática e cruel, variando de acordo com a região em que eram aplicados, caracterizando o pior e mais perverso período enfrentado pelos novos cristãos.
As mais terríveis técnicas foram aplicadas para que abjurassem a fé e homenageassem os deuses.
Os holocaustos ficariam célebres pela rudeza da aplicação das penas, especialmente nos líderes das igrejas como em relação ao poviléu.
Propunha-se que abjurassem a crença e teriam a benevolência do Imperador. Mas quase todos, à exceção de um pequeno número de apóstatas, permaneceram fiéis e estoicamente enfrentaram os algozes perdoando-os como fizera Jesus.
Em Antioquia, como em Roma, alongando-se pelas províncias, mesmo as mais distantes da Capital, os cristãos eram queimados vivos em grelhas e postes, decapitados, empalados, atirados às feras, mandados ao trabalho forçado em minas perigosas de onde nunca poderiam sair com vida...
Um pouco antes, por volta do ano 286, Maximiano avançou com a Legião Tebana que fazia parte do seu exército, conseguindo a vitória almejada. Por ocasião do retorno a Agaunum, na Suíça, Maximiano, exultante, impôs que todo o exército deveria homenagear os deuses e fazer sacrifícios, coroando os atos com a proposta de execução de alguns cristãos que estavam aprisionados.
Ocorreu o inesperado, porque a Legião Tebana, comandada pelo capitão Maurício, negou-se a fazê-lo, já que era constituída de cristãos, não atendendo à imposição de celebrar os ritos impostos...
Contrariado, Maximiano impôs que a Legião fosse dizimada, isto é, um entre dez soldados fosse assassinado. Ninguém recuou, e o processo hediondo prosseguiu até a destruição da Legião, inclusive, com a morte do seu comandante, ampliando-se por outras partes do Império...
Diocleciano e os seus sequazes, logo após o primeiro Édito, destruíram igrejas, e somente não as incendiaram porque receavam o alastramento das chamas, tendo em vista, que as mesmas haviam sido construídas ao lado de grandes edifícios.
É nesse período de hediondez que desaparecem os preciosos documentos originais que narram a história do Evangelho e do suave Rabi, todos ou quase todos reduzidos a cinzas...
Essa página de hediondez histórica permaneceu em atividade perversa por dez anos, somente sendo modificada no dia 13 de junho de 313, quando Constantino e Licínio propuseram o Édito de Milão, iniciando-se uma nova era para a fé cristã.
A liberalidade do novo Imperador logo transformou o Cristianismo em doutrina do Estado, conspurcando a pureza do comportamento moral dos seus adeptos, ceifando a humildade e a simplicidade nascidas na Manjedoura de Belém, tornando-o poderoso e infiel.
Ao longo do tempo, a fim de manter a autoridade e o poder terrenos, face à perda dos valores morais, os seus escritores e copistas adulteraram os fatos, interpolaram as informações, falsificaram os ensinamentos, criaram dogmas ultrajantes, compatíveis com as formulações políticas e arbitrárias, dando lugar às lamentáveis perseguições aos herejes que eram todos aqueles que não compactuavam com os absurdos estabelecidos pelo Papa e pelo Colégio dos Cardeais, assim como pelos membros da organização em defesa da fé...
As inqualificáveis Cruzadas são as heranças absurdas da temeridade do poder dos Papas e Reis alucinados pelas glórias do mundo, mais tarde ampliadas pela Inquisição que se utilizou dos mesmos métodos que Diocleciano usara, aprimorados pela volúpia da loucura humana que se alastrava...
Foi transformada a mensagem em força de destruição contra os judeus e os mouros, contra os albigenses, que tinham também direito à vida, por serem as outras ovelhas que não eram do rebanho, conforme se referira Jesus.
O inevitável progresso, porém, através dos tempos futuros rompeu a densa treva da ignorância e da alucinação, libertando os asfixiados ideais humanos de liberdade, de fraternidade e de dignidade, ao tempo em que o ser humano alcançou e compreendeu as leis do Universo, relegando ao olvido a presunção e prepotência dogmáticas...
Novos tempos, novos conteúdos comportamentais e decadência da fé cristã, dividida, na atualidade, pelo fanatismo dos neopentecostalistas e dos indiferentes vinculados à tradição, deixando as massas sofredoras ao abandono e à desordem moral.
Nada obstante, graças ao advento de O Consolador, renasce a mensagem dúlcida e simples de Jesus, evocando o sublime Amigo, que prossegue convidando aqueles que O amam ao holocausto pela fé e à abnegação na tarefa do amor em todas as suas dimensões.
Os cristãos novos, sem dúvida, os mesmos que antes conspurcaram a nobre doutrina, encontram-se na liça, buscando restaurar a pulcritude do Evangelho, promovendo o ser humano e construindo a nova era, não estando indenes ao holocausto, certamente diverso daquele do passado, como forma de reabilitação em testemunho de fidelidade e de honradez.
Que se façam dignos da nova investidura libertadora, são os votos que formulamos todos aqueles que os antecipamos na experiência redentora e iluminativa!
Franco, Divaldo Pereira. Pelo Espírito Vianna de Carvalho. Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 21 de dezembro de 2011, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Em 10.04.2012. Fonte: http://www.divaldofranco.com/.

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Conforto



"Se alguém me serve, siga-me." - Jesus. (JOÃO, capítulo 12, versículo 26.)
Freqüentemente, as organizações religiosas e mormente as espiritistas, na atualidade, estão repletas de pessoas ansiosas por um conforto.
De fato, a elevada Doutrina dos Espíritos é a divina expressão do Consolador Prometido. Em suas atividades resplendem caminhos novos para o pensamento humano, cheios de profundas consolações para os dias mais duros.
No entanto, é imprescindível ponderar que não será justo querer alguém confortar-se, sem se dar ao trabalho necessário...
Muitos pedem amparo aos mensageiros do plano invisível; mas como recebê-lo, se chegaram ao cúmulo de abandonar-se ao sabor da ventania impetuosa que sopra, de rijo, nos resvaladouros dos caminhos?
Conforto espiritual não é como o pão do mundo, que passa, mecanicamente, de mão em mão, para saciar a fome do corpo, mas, sim, como o Sol, que é o mesmo para todos, penetrando, porém, somente nos lugares onde não se haja feito um reduto fechado para as sombras.
Os discípulos de Jesus podem referir-se às suas necessidades de conforto. Isso é natural. Todavia, antes disso, necessitam saber se estão servindo ao Mestre e seguindo-o. O Cristo nunca faltou às suas promessas. Seu reino divino se ergue sobre consolações imortais; mas, para atingi-lo, faz- se necessário seguir-lhe os passos e ninguém ignora qual foi o caminho de Jesus, nas pedras deste mundo.
XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 11.

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Morte



Tudo que nasce, vive, morre e se transforma.
O corpo se organiza, tem o seu ciclo vital, desagrega-se e modifica as moléculas que o constituem, mediante o fenômeno da morte.
A morte é, portanto, acontecimento biológico, inevitável, para todas as formas vivas na Terra.
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Considera a fragilidade orgânica na qual te movimentas, e, ao cair do dia, antes do repouso no lar, pensa na possibilidade de a perderes mediante a transformação pela morte.
O sono é uma quase desencarnação, e ninguém tem segurança se despertará na aparelhagem física no dia seguinte...
Faze uma avaliação do teu dia, busca retificar o em que te enganaste, reprograma as tuas atividades e vive com a retidão que caracteriza aquele que dispõe de pouco tempo, confiando no prosseguimento da vida após o transe.
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Desenfaixa-te dos elos retentivos com a retaguarda, sempre que te sintas atado, recordando que a vida prossegue, e toda vinculação com os caprichos humanos representa sofrimento em programação.
Todos os momentos que passam, podem ser considerados adeuses.
Assim, avança para o amanhã, libertando-te, para alcançares o triunfo da tua imortalidade.
FRANCO, Divaldo Pereira. Episódios Diários. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 50.

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Elevação



Não te esqueças de que há elevação, segundo o critério das convenções humanas, e há elevação, de conformidade com as Leis Divinas.
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Muitos se arrojam à grande altura nos domínios da posse efêmera, abusando da terra e do metal que a vida lhes oferece, por algum tempo, e acabam caídos gritando por socorro nos escombros das próprias ilusões.
Muitos são guindados às eminências da popularidade desfrutando largos valores da inteligência, tão-só para o culto à vaidade que lhes é própria, e descem, à inação cerebral, vitimados, às vezes, por inibições de longo curso.
Muitos se supõem acima dos semelhantes na própria virtude, engodados pela sombra que lhes enceguece a visão, desmandando-se no falso julgamento do próximo e na superestimação de si mesmos, no entanto, caem, quase sempre, de improviso, nos braços da verdade, a fim de reconhecerem as próprias deficiências.
Lembra-te de que todos os recursos e situações do caminho são bênçãos de Deus, convidando-te ao trabalho por todos, no silêncio do bem.
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Ninguém se elevará para Deus, humilhando ou perturbando, no campo infeliz da discórdia e da crueldade, ainda mesmo que o nome do Senhor lhes marque a visitação e lhes cintile na boca.
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Cultivemos o amor e a humildade com incessante serviço, em auxílio de todos os que nos cercam e o Senhor levantar-nos-á o espírito para os cimos da vida, de vez que somente a Infinita Sabedoria pode determinar a verdadeira elevação de alguém para a luz da imortalidade.
XAVIER, Francisco Cândido. Dinheiro. Pelo Espírito Emmanuel. IDE. Capítulo 17.

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1 de maio de 2012

A Verdadeira Propriedade



Os bens da Terra pertencem a Deus, que os distribui a seu grado, não sendo o homem senão o usufrutuário, o administrador mais ou menos íntegro e inteligente desses bens. Tanto eles não constituem propriedade individual do homem, que Deus freqüentemente anula todas as previsões e a riqueza foge àquele que se julga com os melhores títulos para possuí-la.
Direis, porventura, que isso se compreende no tocante aos bens hereditários, porém, não relativamente aos que são adquiridos pelo trabalho. Sem dúvida alguma, se há riquezas legitimas, são estas últimas, quando honestamente conseguidas, porquanto uma propriedade só é legitimamente adquirida quando, da sua aquisição, não resulta dano para ninguém. Contas serão pedidas até mesmo de um único ceitil mal ganho, isto é, com prejuízo de outrem. Mas, do fato de um homem dever a si próprio a riqueza que possua, seguir-se-á que, ao morrer, alguma vantagem lhe advenha desse fato? Não são amiúde inúteis as precauções que ele toma para transmiti-la a seus descendentes? Decerto, porquanto, se Deus não quiser que ela lhes vá ter às mãos, nada prevalecerá contra a sua vontade. Poderá o homem usar e abusar de seus haveres durante a vida, sem ter de prestar contas? Não. Permitindo-lhe que a adquirisse, é possível haja Deus tido em vista recompensar-lhe, no curso da existência atual, os esforços, a coragem, a perseverança. Se, porém, ele somente os utilizou na satisfação dos seus sentidos ou do seu orgulho; se tais haveres se lhe tornaram causa de falência, melhor fora não os ter possuído, visto que perde de um lado o que ganhou do outro, anulando o mérito de seu trabalho. Quando deixar a Terra, Deus lhe dirá que já recebeu a sua recompensa. - M., Espírito protetor. (Bruxelas, 1861.)
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 16. Item 10.

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Mediunidade



"E nos últimos dias acontecerá, diz o Senhor, que do meu Espírito derramarei sobre toda carne; os vossos filhos e as vossas filhas profe tizarão, vossos mancebos terão visões e os vossos velhos sonharão sonhos." - (ATOS, capítulo 2, versículo 17.)
No dia de Pentecostes, Jerusalém estava repleta de forasteiros. Filhos da Mesopotâmía, da Frígia, da Líbia, do Egito, cretenses, árabes, partos e romanos se aglomeravam na praça extensa, quando os discípulos humildes do Nazareno anunciaram a Boa Nova, atendendo a cada grupo da multidão em seu idioma particular.
Uma onda de surpresa e de alegria invadiu o espírito geral.
Não faltaram os cépticos, no divino concerto, atribuindo à loucura e à embriaguez a revelação observada. Simão Pedro destaca-se e esclarece que se trata da luz prometida pelos céus à escuridão da carne.
Desde esse dia, as claridades do Pentecostes jorraram sobre o mundo, incessantemente.
Até aí, os discípulos eram frágeis e indecisos, mas, dessa hora em diante, quebram as influências do meio, curam os doentes, levantam o espírito dos infortunados, falam aos reis da Terra em nome do Senhor.
O poder de Jesus se lhes comunicara às energias reduzidas.
Estabelecera-se a era da mediunidade, alicerce de todas as realizações do Cristianismo, através dos séculos.
Contra o seu influxo, trabalham, até hoje, os prejuízos morais que avassalam os caminhos do homem, mas é sobre a mediunidade, gloriosa luz dos céus oferecida às criaturas, no Pentecostes, que se edificam as construções espirituais de todas as comunidades sinceras da Doutrina do Cristo e é ainda ela que, dilatada dos apóstolos ao círculo de todos os homens, ressurge no Espiritismo cristão, como a alma imortal do Cristianismo redivivo.
XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 10.

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Desigualdade das Riquezas



A desigualdade das riquezas é um dos problemas que inutilmente se procurará resolver, desde que se considere apenas a vida atual. A primeira questão que se apresenta é esta: Por que não são igualmente ricos todos os homens? Não o são por uma razão muito simples: por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar. E, alias, ponto matematicamente demonstrado que a riqueza, repartida com igualdade, a cada um daria uma parcela mínima e insuficiente; que, supondo efetuada essa repartição, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito, pela diversidade dos caracteres e das aptidões; que, supondo-a possível e durável, tendo cada um somente com que viver, o resultado seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso e para o bem-estar da Humanidade; que, admitido desse ela a cada um o necessário, já não haveria o aguilhão que impele os homens às grandes descobertas e aos empreendimentos úteis. Se Deus a concentra em certos pontos, é para que daí se expanda em quantidade suficiente, de acordo com as necessidades.
Admitido isso, pergunta-se por que Deus a concede a pessoas incapazes de fazê-la frutificar para o bem de todos. Ainda aí está uma prova da sabedoria e da bondade de Deus. Dando-lhe o livre-arbítrio, quis ele que o homem chegasse, por experiência própria, a distinguir o bem do mal e que a prática do primeiro resultasse de seus esforços e da sua vontade. Não deve o homem ser conduzido fatalmente ao bem, nem ao mal, sem o que não mais fora senão instrumento passivo e irresponsável como os animais. A riqueza é um meio de o experimentar moralmente. Mas, como, ao mesmo tempo, é poderoso meio de ação para o progresso, não quer Deus que ela permaneça longo tempo improdutiva, pelo queincessantemente a desloca. Cada um tem de possuí-la, para se exercitar em utilizá-la e demonstrar que uso sabe fazer dela. Sendo, no entanto, materialmente impossível que todos a possuam ao mesmo tempo, e acontecendo, além disso, que, se todos a possuíssem, ninguém trabalharia, com o que o melhoramento do planeta ficaria comprometido,cada um a possui por sua vez. Assim, um que não na tem hoje, já a teve ou terá noutra existência; outro, que agora a tem, talvez não na tenha amanhã. Há ricos e pobres, porque sendo Deus justo, como é, a cada um prescreve trabalhar a seu turno. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para os outros, a prova da caridade e da abnegação.
Deploram-se, com razão, o péssimo uso que alguns fazem das suas riquezas, as ignóbeis paixões que a cobiça provoca, e pergunta-se: Deus será justo, dando-as a tais criaturas? E exato que, se o homem só tivesse uma única existência, nada justificaria semelhante repartição dos bens da Terra; se, entretanto, não tivermos em vista apenas a vida atual e, ao contrário, considerarmos o conjunto das existências, veremos que tudo se equilibra com justiça. Carece, pois, o pobre de motivo assim para acusar a Providência, como para invejar os ricos e estes para se glorificarem do que possuem. Se abusam, não será com decretos ou leis suntuárias que se remediará o mal. As leis podem, de momento, mudar o exterior, mas não logram mudar o coração; daí vem serem elas de duração efêmera e quase sempre seguidas de uma reação mais desenfreada. A origem do mal reside no egoísmo e no orgulho: os abusos de toda espécie cessarão quando os homens se regerem pela lei da caridade.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 16. Item 8.

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