30 de janeiro de 2012

Reclamações e Queixas


Lenta, mas, sistematicamente, vai-se arraigando na personalidade do homem o hábito infeliz da queixa e da reclamação.

Insubordinado, em razão da predominância dos próprios instintos agressivos, o indivíduo sempre encontra motivos para apresentar-se insatisfeito.
Saúde ou doença, trabalho ou desemprego, alegria ou tristeza, calor ou frio, servem-lhe sempre de pretexto para queixar-se, para reclamar...
Instala-se, esse vício, fixando-se no comportamento, que se torna azedo e desagradável, ao tempo em que fomenta distonias íntimas, neuroses, abrindo campo para que se originem diversas enfermidades.
O queixoso padece de hipertrofia da esperança e do otimismo.
Atrai a desdita e sintoniza com amargura, passando a sofrer aquilo de que aparenta desejar libertar-se.
Para quem deseja encontrar, nunca faltam motivos de queixas e reclamações.
*
Estabelece, no teu cotidiano, o compromisso de solucionar dificuldades, ao invés de gerá-las, ou complicá-las quando se te apresentem.
Silencia o queixoso, propondo-lhe fazer o melhor que lhe esteja ao alcance em detrimento do tempo perdido em reclamações.
O azedume responde pela idéia malsã de tudo ver de forma negativa, engendrando mecanismos de falso martirológio.
O queixoso, normalmente, gosta da indolência e se compraz no pessimismo.
Põe sol e beleza nas tuas paisagens, passando de uma para outra área de ação sem o fardo do mau humor, efeito de algo desagradável que por acaso tenha-te acontecido na anterior.
Quem sabe confiar e trabalha, sempre alcança a meta que busca.
Divaldo P. Franco. Da obra: Episódios Diários. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 37. LEAL.

* * * Estude Kardec * * *

29 de janeiro de 2012

Estudante


- Aonde vais, minha Lilita,

Tão bonita? 
- Eu vou à escola estudar.
- Dize-me cá - para quê? 
Já se vê 
Que precisas explicar.
- Que pergunta! É meu dever 
Aprender, 
Pois Mãezinha sempre diz
Que na escola, nobremente, 
Toda gente
Fica mais sábia e feliz. 
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Jardim de Infância. Ditado pelo Espírito João de Deus. 

27 de janeiro de 2012

A Regra Áurea


"Amarás o teu próximo como a ti mesmo." - Jesus. (MATEUS, capítulo 22, versículo 39.)

Incontestavelmente, muitos séculos antes da vinda do Cristo já era ensinada no mundo a Regra Áurea, trazida por embaixadores de sua sabedoria e misericórdia. Importa esclarecer, todavia, que semelhante princípio era transmitido com maior ou menor exemplificação de seus expositores.
Diziam os gregos: "Não façais ao próximo o que não desejais receber dele."
Afirmavam os persas: "Fazei como quereis que se vos faça."
Declaravam os chineses: "O que não desejais para vós, não façais a outrem."
Recomendavam os egípcios: "Deixai passar aquele que fez aos outros o que desejava para si."
Doutrinavam os hebreus: "O que não quiserdes para vós, não desejeis para o próximo."
Insistiam os romanos: "A lei gravada nos corações humanos é amar os membros da sociedade como a si mesmo."
Na antigüidade, todos os povos receberam a lei de ouro da magnanimidade do Cristo.
Profetas, administradores, juizes e filósofos, porém, procederam como instrumentos mais ou menos identificados com a inspiração dos planos mais altos da vida. Suas figuras apagaram-se no recinto dos templos iniciáticos ou confundiram-se na tela do tempo em vista de seus testemunhos fragmentários.
Com o Mestre, todavia, a Regra Áurea é a novidade divina, porque Jesus a ensinou e exemplificou, não com virtudes parciais, mas em plenitude de tra balho, abnegação e amor, à claridade das praças públicas, revelando-se aos olhos da Humanidade inteira.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminho, Verdade e Vida. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 28 edição. Capítulo 41. Brasília: FEB. 2009.

* * * Estude Kardec * * *

24 de janeiro de 2012

Conta com Deus


Não te queixes. Trabalha.
Não te desculpes. Aceita.
Não te lastimes. Age.
Não provoques. Silencia.
Não acuses. Ampara.
Não te irrites. Desculpa.
Não grites. Pondera e explica.
Não reclames. Coopera.
Não condenes. Socorre.
Não te perturbes. Espera.
Nada exijas dos outros.
Conta sempre com Deus.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Algo Mais. Ditado pelo Espírito Emmanuel. IDEAL.

* * * Estude Kardec * * *

21 de janeiro de 2012

Serenidade Sempre


Todo homem sábio é sereno.

A serenidade é conquista que se consegue a esforço pessoal e passo a passo.
Pequenos desafios que são superados; irritação que se faz controlada; desajustes emocionais corrigidos; vontade bem direcionada; ambição freada, são experiências para a aquisição da serenidade.
Um Espírito sereno, já se encontrou consigo próprio, sabendo o que, exatamente, deseja da vida.
A serenidade harmoniza, exteriorizando-se de forma agradável para os circunstantes.
Inspira confiança, acalma e propõe afeição.
O homem sereno já venceu grande parte da luta.
*
Que nenhuma agressão exterior te perturbe, levando-te à irritação, ao desequilíbrio.
Mantém-te sereno em todas as realizações.
A tua paz é moeda arduamente conquistada, que não deves atirar fora por motivos irrelevantes.
Os tesouros reais, de alto valor, são aqueles de ordem íntima, que ninguém toma, jamais se perdem e sempre seguem com a pessoa.
Tua serenidade, tua gema preciosa.
*
Diante de quem te enganou, traindo a tua confiança, o teu ideal, ou envolvendo-te em malquerença, mantém-te sereno.
O enganador é quem deve estar inquieto, e não a sua vítima.
Nunca te permitas demonstrar que foste atingido pelo petardo da maldade alheia.
No teu círculo familiar ou social sempre defrontarás com pessoas perturbadas, confusas e agressivas.
Não te desgastes com elas, competindo nas faixas de desequilíbrio em que se fixam.
Constituem teste à tua paciência e serenidade.
Assim, exercita-te com essas situações para, mais seguro, enfrentares os grandes testemunhos e provações do processo evolutivo. Sempre, porém, com serenidade.
Divaldo P. Franco. Da obra: Episódios Diários. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 36. LEAL.
* * * Estude Kardec * * *
__._,_.___

19 de janeiro de 2012

Vida em Família


Os filhos não são cópias xerox dos pais, que apenas produzem o corpo, graças aos mecanismos do atavismo biológico.

As heranças e parecenças físicas são decorrências dos gametas, no entanto, o caráter, a inteligência e o sentimento procedem do Espírito que se corporifica pela reencarnação, sem maior dependência dos vínculos genéticos com os progenitores.
Atados por compromissos anteriores, retornam, ao lar, não somente aqueles seres a quem se ama, senão aque¬loutros a quem se deve ou que estão com dívidas?
Cobradores empedernidos surgem na forma fisiológica, renteando com o devedor, utilizando-se do processo superior das Leis de Deus para o reajuste de contas, no qual, não poucas vezes, se complicam as situações, por indisposições dos consortes?
Adversários reaparecem como membros da família para receber amor, no entanto, na batalha das afinidades padecem campanhas de perseguição inconsciente, experimentando o pesado ônus da antipatia e da animosidade.
A família é, antes de tudo, um laboratório de experiências reparadoras, na qual a felicidade e a dor se alternam, programando a paz futura.
Nem é o grupo da bênção, nem o élan da desdita.
Antes é a escola de aprendizagem e redenção futura.
Irmãos que se amam, ou se detestam, pais que se digladiam no proscênio doméstico, genitores que destacam uns filhos em detrimento dos outros, ou filhos que agridem ou amparam pais, são Espíritos em processo de evolução, retornando ao palco da vida física para a encenação da peça em que fracassaram, no passado.
A vida é incessante, e a família carnal são experiências transitórias em programação que objetiva a família universal.
Abençoa, desse modo, com a paciência e o perdão, o filho ingrato e calceta.
Compreende com ternura o genitor atormentado que te não corresponde às aspirações.
Desculpa o esposo irresponsável ou a companheira leviana, perseverando ao seu lado, mesmo que o ser a quem te vinculas queira ir-se adiante.
Não o retenhas com amarras de ódio ou de ressentimento. Irá além, sim, no entanto, prossegue tu, fiel, no posto, e amando?
Não te creias responsável direto na provação que te abate ante o filho limitado, física ou mentalmente.
Tu e ele sois comprometidos perante os códigos Divinos pelo pretérito espiritual.
O teu corpo lhe ofereceu os elementos com que se apresenta, porém, foi ele, o ser espiritual, quem modelou a roupagem na qual comparece para o compromisso libertador.
Ante o filhinho deficiente não te inculpes. Ama-o mais e completa-lhe as limitações com os teus recursos, preenchendo os vazios que ele experimenta.
Suas carências são abençoados mecanismos de crescimento eterno.
Faze por ele, hoje, o que descuidaste antes.
A vida em família é oportunidade sublime que não deve ser descuidada ou malbaratada.
Com muita propriedade e irretorquível sabedoria, afirmou Jesus, ao doutor da Lei:
"Ninguém entrará no reino dos céus, se não nascer de novo?
E a Doutrina Espírita estabelece com segurança:
"Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre - é a lei. Fora da caridade não há salvação."
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: S.O.S. Família. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

* * * Estude Kardec * * *

18 de janeiro de 2012

O Mandamento Maior


 Fazermos aos Outros o que Queiramos Que os Outros nos Façam.

Os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca dos saduceus, reuniram-se; e um deles, que era doutor da lei, para o tentar, propôs-lhe esta questão: - "Mestre, qual o mandamento maior da lei?" - Jesus respondeu: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. - Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos." (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 34 a 40.)
Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas. (Idem, cap. VII, v. 12.)
Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem. (S. LUCAS, cap. VI, v. 31.)
O reino dos céus é comparável a um rei que quis tomar contas aos seus servidores. - Tendo começado a fazê-lo, apresentaram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. - Mas, como não tinha meios de os pagar, mandou seu senhor que o vendessem a ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que lhe pertencesse, para pagamento da dívida. - O servidor, lançando-se-lhe aos pés, o conjurava, dizendo: "Senhor, tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo." - Então, o senhor, tocado de compaixão, deixou-o ir e lhe perdoou a dívida. - Esse servidor, porém, ao sair, encontrando um de seus companheiros, que lhe devia cem dinheiros, o segurou pela goela e, quase a estrangulálo, dizia: "Paga o que me deves." - O companheiro, lançando-se aos pés, o conjurava, dizendo: "Tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo." - Mas o outro não quis escutá-lo; foi-se e o mandou prender, par tê-lo preso até pagar o que lhe devia.
Os outros servidores, seus companheiros, vendo o que se passava, foram, extremamente aflitos, e informaram o senhor de tudo o que acontecera. - Então, o senhor, tendo mandado vir à sua presença aquele servidor, lhe disse: "Mau servo, eu te havia perdoado tudo o que me devias, porque mo pediste. - Não estavas desde então no dever de também ter piedade do teu companheiro, como eu tivera de ti?" E o senhor, tomado de cólera, o entregou aos verdugos, para que o tivessem, até que ele pagasse tudo o que devia.
É assim que meu Pai, que está no céu, vos tratará, se não perdoardes, do fundo do coração, as faltas que vossos irmãos houverem cometido contra cada um de vós. (S. MATEUS, cap. XVIII, vv. 23 a 35.)
"Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós", é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos. Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência, mais benevolência e devotamento para conosco, do que os temos para com eles? A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não mais haverá ódios, nem dissensões, mas, tão-somente, união, concórdia e benevolência mútua.
Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo..

* * * Estude Kardec * * *

13 de janeiro de 2012

A Luz da Paz


E andei pelo mundo, procurando a luz da paz.
Fui à Grécia, admirando o Partenon e lugares outros em que pontificaram sábios da antiguidade; dirigi-me a Roma, onde me acomodei nas escadas do Coliseu, refletindo nos cristãos perseguidos;
Viajei a Índia, onde partilhei as orações dos crentes que se banhavam nas águas do Ganges, em Benarés;
Segui para o Egito, maravilhando-me à frente das Pirâmides que imortalizam a pompa dos faraós;
Transitei pelas ruas de Meca e orei com os muçulmanos, entre as recordações do iluminado profeta do Islã;
Busquei Paris e conheci a Torre Eiffel, orgulho da França;
Visitei o Palácio de Versalhes, moradia de reis e fidalgos ilustres; encaminhei-me para Londres, encantando-me ali com a severa nobreza do Castelo da Torre;
Na Espanha, conheci o Escurial, nos arredores de Madri, cheguei a Granada e entrei no castelo do rei Broabdil que encerrou, naquele País, o domínio dos Árabes e voltei-me a Barcelona, onde admirei a fortaleza de Monjnich;
Apreciei a riqueza artística dos Jerôninos e usufrui as amenidades de Sintra, em Portugal;
Fui à Nova York onde expressei o meu respeito pela inteligência humana, diante dos arranha-céus que lhe assinalam a grandeza;
Caminhei através de todas as grandes cidades das Três Américas, mas não encontrei a luz da paz.
Saudoso do lar regressei a nossa casa em Vila Nova Conceição, em São Paulo.
Era noite e minha mãe lia o Evangelho. Abracei-a emocionado e li o texto exposto. Era a parábola do Bom Samaritano.
As palavras falavam em letras que me ficaram na memória:
- ?Então, um doutor da lei, perguntou abeirando-se do Divino Mestre?:
- Senhor, que deverei fazer para possuir a vida eterna?
O Cristo sorriu e considerou:
- O que está escrito na Lei, o que lês nela?
O homem acentuou:
- Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, com as tuas forças de espírito e ao teu próximo como a ti mesmo.
Entretanto o Doutor da lei ainda inquiriu pra o tentar:
- Senhor, e quem é o meu próximo?
Jesus, explicou, usando brandura e paciência:
- Um homem que se dirigia de Jerusalém para Jericó saiu em poder dos salteadores que o despojaram, cobriam-no de ferimentos, deixaram-no semimorto.
Um sacerdote, que passou perto da vitima, estugou o passo e seguiu para frente, negando-lhe atenção.
Logo após, um levita passou pelo mesmo lugar, mas não se interessou pelo ferido, seguindo adiante.
Mas um samaritano, que viajava, comoveu-se ao ver o homem caído, desceu do animal e, aproximando-se do desconhecido, dirigiu-lhe palavras de conforto, balsamizou-lhe as feridas e colocando-o sobre o animal, levou-o à hospedaria onde lhe ofereceu abrigo e segurança.
Jesus fez a pequena pausa e interrogou:
- A seu ver, qual dos três era o próximo do infeliz?
O doutor respondeu:
- Aquele que usou de misericórdia para com ele.
Num gesto simples, o Cristo lhe observou:
- Então, vai e faze tu o mesmo.?
Chegados ao término da leitura, um telefone tilintou.
Minha mãe foi atender e compreendi para logo o que se passava.
Uma senhora jazia em estado grave e a amiga que suscitara a chamada pelo fio comunicou que o doente pedia o socorro de uma prece.
Minha mãe não teve duvidas.
Chamando o Papai Raul e dando-lhe ciência do problema, ambos, logo após, tomaram o carro na direção indicada.
Segui junto deles e pude ver a doente que se aproximava da agonia
Minha mãe e outras senhoras pediram a Misericórdia de Deus para a enferma e, embora se afastassem, entendi que o meu dever era permanecer ali na tarefa do auxilio.
Junto de Benfeitores que ali se mantinham, trabalhei todo à noite no aposento simples.
O dia amanheceu com melhoras positivas para a doente e, conquanto me sentisse cansado, reconheci que uma alegria diferente me nascia no coração.
Chorando de felicidade, reconhecia, por fim, que eu, que me decidira a transitar pela terra, procurando o dom sublime, encontrara-o ali, no gesto de minha mãe ao lado de meu pai Raul, compreendendo que o amor ao próximo que Jesus nos legou, sentido e praticado devidamente, é a única força que realmente nos concede a luz da paz por dentro do coração.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Presença de Luz. Ditado pelo Espírito Augusto Cezar.

* * * Estude Kardec * * *

12 de janeiro de 2012

O Homem Bom


Conta-se que Jesus, apos narrar a Parabóla do Bom Samaritano, foi novamente interpelado pelo doutor da lei que, alegando não lhe haver compreendido integralmente a lição, perguntou, sutil:
- Mestre, que farei para ser considerado homem bom?
Evidenciando paciência admirável, o Senhor respondeu:
Imagina-te vitimado por mudez que te iniba a manifestação do verbo escorreito e pensa quão grato te mostrarias ao companheiro que falasse por ti a palavra encarcerada na boca.
Imagina-te de olhos mortos pela enfermidade irremediável e lembra a alegria da caminhada, ante as mãos que te estendessem ao passo incerto, garatindo-te a segurança.
Imagina-te caído e desfalecente, na via pública, e preliba o teu consolo nos braços que te oferecessem amparo, sem qualquer desrespeito para com os teus sofrimentos.
Imagina-te tocado por moléstia contagiosa e reflete no contentamento que te iluminaria o coração, perante a visita do amigo que te fosse levar alguns minutos de solidariedade.
Imagina-te no carcere, padecendo a incompreensão do mundo, e recorda como te edificaria o gesto de coragem do irmão que te buscasse testemunhar entendimento.
Imagina-te sem pão no lar, arrostando amargura e escassez, e raciocina sobre a felicidade que te apareceria de súbito no amparo daqueles que te levassem leve migalha de auxílio, sem perguntar por teu modo de crer e sem te exigir exames de consciência.
Imagina-te em erro, sob o sarcasmo de muitos, e mentaliza o bálsamo com que te acalmarias, diante da indulgência dos que te desculpassem a falta, alentando-te o recomeço.
Imagina-te fatigado e intemperante e observa quão reconhecido ficarias para com todos os que te ofertassem a oração do silêncio e a frase de simpatia.
Em seguida ao intervalo espontâneo, indagou-lhe o Divino Amigo:
- Em teu parecer, quais teriam sido os homens bons nessas circunstâncias?
- Os que usassem de compreensão e misericordia para comigo - explicou o interlocutor.
- Entao - repetiu Jesus com bondade-, segue adiante e faze também o mesmo.
Xavier, Francisco Candido. Da obra: Amor e Vida em Familia. Ditado pelo Espírito Emmanuel. Capivari, SP: EME. 1995.

* * * Estude Kardec * * *

11 de janeiro de 2012

Parábola do Bom Samaritano


.

Ora, quando o filho do homem vier em sua majestade, acompanhado de todos os anjos, sentar-se-á no trono de sua glória; - reunidas diante dele todas as nações, separará uns dos outros, como o pastor separa dos bodes as ovelhas, - e colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda.
Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do reino que vos foi preparado desde o princípio do mundo; - porquanto, tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; careci de teto e me hospedastes; - estive nu e me vestistes; achei-me doente e me visitastes; estive preso e me fostes ver.
Então, responder-lhe-ão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? - Quando foi que te vimos sem teto e te hospedamos; ou despido e te vestimos? - E quando foi que te soubemos doente ou preso e fomos visitar-te? - O Rei lhes responderá: Em verdade vos digo, todas as vezes que isso fizestes a um destes mais pequeninos dos meus irmãos, foi a mim mesmo que o fizestes.
Dirá em seguida aos que estiverem à sua esquerda: Afastai-vos de mim, malditos; ide para o fogo eterno, que foi preparado para o diabo e seus anjos; - porquanto, tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber; precisei de teto e não me agasalhastes; estive sem roupa e não me vestistes; estive doente e no cárcere e não me visitastes.
Também eles replicarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome e não te demos de comer, com sede e não te demos de beber, sem teto ou sem roupa, doente ou preso e não te assistimos? - Ele então lhes responderá: Em verdade vos digo: todas a vezes que faltastes com a assistência a um destes mais pequenos, deixastes de tê-la para comigo mesmo.
E esses irão para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna. (S. MATEUS, cap. XXV, vv. 31 a 46.)
Então, levantando-se, disse-lhe um doutor da lei, para o tentar: Mestre, que preciso fazer para possuir a vida eterna? - Respondeu-lhe Jesus: Que é o que está escrito na lei? Que é o que lês nela? - Ele respondeu: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças e de todo o teu espírito, e a teu próximo como a ti mesmo. - Disse-lhe Jesus: Respondeste muito bem; faze isso e viverás.
Mas, o homem, querendo parecer que era um justo, diz a Jesus: Quem é o meu próximo? - Jesus, tomando a palavra, lhe diz:
Um homem, que descia de Jerusalém para Jericó, caiu em poder de ladrões, que o despojaram, cobriram de ferimentos e se foram, deixando-o semimorto. - Aconteceu em seguida que um sacerdote, descendo pelo mesmo caminho, o viu e passou adiante. -Um levita, que também veio àquele lugar, tendo-o observado, passou igualmente adiante. - Mas, um samaritano que viajava, chegando ao lugar onde jazia aquele homem e tendo-o visto, foi tocado de compaixão. - Aproximou-se dele, deitou-lhe óleo e vinho nas feridas e as pensou; depois, pondo-o no seu cavalo, levou-o a uma hospedaria e cuidou dele. - No dia seguinte tirou dois denários e os deu ao hospedeiro, dizendo: Trata muito bem deste homem e tudo o que despenderes a mais, eu te pagarei quando regressar.
Qual desses três te parece ter sido o próximo daquele que caíra em poder dos ladrões? - O doutor respondeu: Aquele que usou de misericórdia para com ele. - Então, vai, diz Jesus, e faze o mesmo. (S. LUCAS, cap. X, vv. 25 a 37.)
Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, ele aponta essas duas virtudes como sendo as que conduzem à eterna felicidade: Bem-aventurados, disse, os pobres de espírito, isto é, os humildes, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são brandos e pacíficos; bem-aventurados os que são misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que quereríeis vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; praticai o bem sem ostentação; julgai-vos a vós mesmos, antes de julgardes os outros. Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar e o de que dá, ele próprio, o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não se cansa de combater. E não se limita a recomendar a caridade; põe-na claramente e em termos explícitos como condição absoluta da felicidade futura.
No quadro que traçou do juízo final, deve-se, como em muitas outras coisas, separar o que é apenas figura, alegoria. A homens como os a quem falava, ainda incapazes de compreender as questões puramente espirituais, tinha ele de apresentar imagens materiais chocantes e próprias a impressionar. Para melhor apreenderem o que dizia, tinha mesmo de não se afastar muito das idéias correntes, quanto à forma, reservando sempre ao porvir a verdadeira interpretação de suas palavras e dos pontos sobre os quais não podia explicar-se claramente. Mas, ao lado da parte acessória ou figurada do quadro, há uma idéia dominante: a da felicidade reservada ao justo e da infelicidade que espera o mau.
Naquele julgamento supremo, quais os considerandos da sentença? Sobre que se baseia o libelo? Pergunta, porventura, o juiz se o inquirido preencheu tal ou qual formalidade, se observou mais ou menos tal ou qual prática exterior? Não; inquire tão-somente de uma coisa: se a caridade foi praticada, e se pronuncia assim: Passai à direita, vós que assististes os vossos irmãos; passai à esquerda, vós que fostes duros para com eles. Informa-se, por acaso, da ortodoxia da fé? Faz qualquer distinção entre o que crê de um modo e o que crê de outro'? Não, pois Jesus coloca o samaritano, considerado herético, mas que pratica o amor do próximo, acima do ortodoxo que falta com a caridade. Não considera, portanto, a caridade apenas como uma das condições para a salvação, mas como a condição única. Se outras houvesse a serem preenchidas, ele as teria declinado. Desde que coloca a caridade em primeiro lugar, é que ela implicitamente abrange todas as outras: a humildade, a brandura, a benevolência, a indulgência, a justiça, etc., e porque é a negação absoluta do orgulho e do egoísmo.
Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112 edição. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br. Federação Espírita Brasileira. 1996.

* * * Estude Kardec * * *

10 de janeiro de 2012

Frases Sobre o Aborto


"O maior destruidor da Paz no mundo hoje é o aborto. Ninguém tem o direito de tirar a Vida: nem a mãe, o pai, o médico, a conferência ou o governo."

 (Madre Teresa de Calcutá)



"A idéia da legalização do aborto é tão triste quanto a imagem de uma mãe citando essa mesma lei para o espírito de seu filho abortado, na tentativa de se justificar e livrar-se da dor do remorso." 


(Zelton Morais)


* * * Estude Kardec * * *

9 de janeiro de 2012

ajude a Você Mesmo



Não ambicione do seu vizinho senão os dons excelentes que lhe exornam o espírito.
*
Não permita que os dissabores governem o leme de seu destino.
*
Não entregue o templo de sua memória às más impressões.
*
Não retire sua experiência dos fundamentos espirituais.
*
Não se esqueça de que o ideal superior, objeto de sua admiração, deve corporificar-se em seus caminhos.
*
Não se prenda ao mal; no entanto, não se desvie das obrigações de fraternidade para com aqueles que foram atingidos pelo mal.
*
Não apague o archote da fé em seus dias claros, para que não falte luz a você nos dias escuros.
*
Não fuja às lições da estrada evolutiva, por mais difíceis e dolorosas, a fim de que a vida, mais tarde, lhe abra o santuário da sabedoria.
*
Não lhe falte tempo para cultivar o que é belo, eterno e bom.
*
Não olvide que a justiça institui a ordem universal, mas só o amor dilata a obra divina.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

* * * Estude Kardec * * *

7 de janeiro de 2012

Gratidão Porque?



Agostinho de Hypona discorre, no Item 9 do Capítulo XIV de O Evangelho segundo o Espiritismo, sobre um tema ao qual Kardec intitulou de ?A Ingratidão dos Filhos e os Laços de Família?. Naquele trecho, um dos muitos classificados pelo Codificador como ?Instruções dos Espíritos?, Agostinho inicia afirmando ser a ingratidão um dos frutos diretos do egoísmo. De fato, quem não é grato por um favor que recebe é porque se julga merecedor de tal favor, entendendo que aquele que o prestou nada mais fez que sua obrigação. Ora, o que é alguém que se julga merecedor do favor de todos sem a ninguém achar necessário agradecer, senão alguém totalmente centrado em si mesmo, isto é, um egoísta?
A seguir, Agostinho apresenta as três situações básicas em que a sociedade humana entende estar ocorrendo a ingratidão de filhos para com seus pais, a saber:
- quando os espíritos guardam ódio entre si por força de ocorrências passadas e a sua aproximação, encarnando como membros de uma mesma família, não logra atenuar suficientemente tais ódios;
- quando os pais, por motivos vários, são tolerantes em demasia para com os vícios de seus filhos, faltando ao seu dever de transmitir a eles valores morais e lhes permitindo que façam tudo o que desejam fazer, colhendo, quando idosos, os frutos que eles mesmos plantaram;
- quando uma família constituída de espíritos afins e harmonizados recebe em seu meio um espírito em desequilíbrio e, mesmo tudo fazendo para integrá-lo ao ambiente de paz e harmonia do restante do núcleo familiar, não conseguem desviá-lo totalmente do vício.
Explicando-nos os motivos para cada situação e nos orientando sobre como proceder em cada caso, o ex-bispo de Hipona, uns dos grandes pensadores cristãos e grande colaborador da Codificação, encerra sua mensagem.
Gostaríamos, neste ponto, de fazer uma reflexão junto com o amável leitor. Sabemos que os preceitos morais de Jesus nos foram explicados pelos espíritos que colaboraram na Codificação, sobre a liderança de nosso amado Mestre, com a finalidade de nos consolar quanto às angústias que atormentavam nosso coração e nos esclarecer quanto às dúvidas que intrigavam nossas mentes, apontando-nos, dessa forma, um rumo seguro a tomar. Ora, como não poderia deixar de ser, os esclarecimentos voltados a consolar nossas angústias tiveram que ser direcionados àquelas que atormentavam a sociedade humana no século XIX, muitas das quais ainda o fazem neste século XXI. Tais angústias eram, como ainda são, fruto de nossa percepção das coisas e, como tal, passíveis de atenuação, à medida que tal percepção se torna mais clara e tem melhor correspondência com a realidade.
É nessa linha de raciocínio que nos propomos a refletir sobre a percepção da sociedade humana quanto ao que seja gratidão ou ingratidão de filhos.
Ingratidão é falta de gratidão. O sentimento de gratidão está associado à percepção, por aquele que é grato, de ter recebido um favor daquele a quem ele é agradecido. Ao falamos de gratidão dos filhos, portanto, é mister que saibamos qual o favor que fazemos a nossos filhos para que venhamos a esperar deles gratidão. Vejamos algumas hipóteses.
Talvez nossos filhos nos devam ser gratos porque os trouxemos à vida. No entanto, trazer filhos à vida, todos os animais trazem. O prazer que todos os animais e o ser humano sentem no ato de acasalamento existe como estímulo à reprodução, com finalidade, segundo a ciência, da perpetuação da espécie. Trazer filhos à vida é, portanto, uma simples lei da natureza. Talvez nos devam ser gratos porque os agasalhamos, abrigamos e educamos. Mas, agasalhar, abrigar e educar filhos, os animais superiores também fazem com os seus. Mais uma vez, o ser humano nada faz de especial.
Que fazemos por nossos filhos, então, que mereça a sua gratidão? Antecedendo um pouco essa questão, perguntemos a nós mesmos o que fazem os outros por nós que nos faça sentir agradecidos. Quando um pintor faz um serviço perfeito em nossa casa, sem uma falha, somos gratos a ele por isso? Quando deitamos na cama, tranqüilos, à noite, sabendo que há um vigia noturno na portaria cuidando para que estranhos não entrem em nosso prédio e abrindo a porta para os moradores que chegam tarde, somos gratos a ele por isso? Quando saímos na rua e pisamos em uma calçada limpa, somos gratos ao lixeiro que a varreu? Ocorre que esses, poderia nos dizer o leitor amigo, são casos em que pagamos pelos serviços, logo não há porque sermos gratos por eles serem bem executados. Tudo bem, vejamos, então, casos onde não ocorre pagamento.
Quando vamos ao Centro Espírita e somos beneficiados pela espiritualidade e pelos trabalhadores anônimos que ali trabalham, somos gratos a eles pelas bênçãos recebidas? Ao longo do dia, sempre que nos sentimos bem e inspirados em nossos pensamentos ou ações ou quando nos sentimos confortados em nossas crises emocionais, lembramos de agradecer a nossos guias espirituais, pela paciência com que eles, há séculos ou milênios, nos guiam e orientam, sempre acreditando em nós, mesmo quando nós mesmos não o fazemos mais? Quando contemplamos a natureza e vemos a beleza de suas formas e a sabedoria expressa em cada um de seus seres, somos gratos a Jesus por nos ter oferecido como lar um jóia tão preciosa? Quando acordamos pela manhã, somos gratos a Deus, pelas suas soberanas, sábias e amorosas leis que nos oferecem mais uma oportunidade de corrigir nossos erros, vencer provas e progredir sem cessar até a perfeição?
Se nunca somos gratos pelos benefícios que recebemos diariamente de Deus, de Jesus, de nossos guias espirituais e dos homens, por que razão haveríamos de esperar a gratidão dos filhos pelo simples fato de termos cumprido nosso dever para com eles?
Desconcertados por não encontrarmos nenhum motivo para que nossos filhos nos sejam gratos, lembramos, finalmente, do amor. Sim, nosso filho nos deve ser grato porque o amamos, dizemos, aliviados por termos encontrado um motivo. Mas, como foi que o amamos? Era nosso amor um amor ?eros?, o amor egoísta, todo o tempo levando nosso filho a fazer coisas que fizessem bem ao nosso ego e não ao seu progresso espiritual? Era ?filis? o nosso amor, um amor possessivo, sufocando nosso filho na infância e adolescência com nossa permanente presença, nada deixando que ele decidisse por si só e, quando adulto, cobrando dele constantes visitas e telefonemas como se a única razão de seu viver fosse estar sempre junto de nós? Ou nosso amor era ?ágape?, o amor altruísta e desprendido, tudo fazendo para ajudá-lo em sua caminhada, incentivando-o, orientando-o com paciência e dedicação no caminho do bem, mas nada esperando em troca?
Enfim, chegamos onde queríamos chegar. A única coisa que podemos dar a nossos filhos que, em tese, mereceria gratidão, é justo aquela que nada espera em troca, o amor incondicional. Amemos nossos filhos com desprendimento, nada esperando deles por isso. Nossos filhos são espíritos, filhos de Deus que estão sob nossos cuidados porque nossos guias espirituais julgaram que poderíamos ajudá-los em sua evolução. Façamos o que se espera de nós dando o melhor que temos nessa missão. Nossa recompensa pelo amor que dedicarmos a eles será a satisfação de vê-los trilhando o caminho do bem, sinalizando para nós que nossa missão para com eles terá sido cumprida. Quem ama de verdade já está recompensado e não espera gratidão da pessoa amada.
Renato Costa. O Clarim, edição de setembro de 2006. Matão, O Clarim..

* * * Estude Kardec * * *

6 de janeiro de 2012

História de uma Vida


Tudo começou quando um dia, em minha mãe, num local bem protegido chamado trompa, dois elementos se encontraram: um de minha mãe, o óvulo, e outro de meu pai, o espermatozóide. Como dois apaixonados se aproximaram e se abraçaram tornando-se uma pequenina gota d?agua.

Esse foi o dia mais feliz de minha existência. Recomeçava para mim a oportunidade do retorno à carne, depois de passar um largo tempo no mundo espiritual.
Deram-me o nome de ovo. Eu era muito pequenino, muito menor do que um grão de areia. Iniciei então, uma longa viagem. Empurrado para diante por algo semelhante a cílios, que desenvolviam movimentos delicados como os do mar quando beija docemente a praia, indo e vindo, cheguei enfim a um lugar chamado útero.
Era um lugar macio, quentinho e logo notei não correr perigo. Sem muito esperar, fui me aninhando, agarrando-me firmemente em uma das paredes. Já contava com três dias de vida.
Aos poucos fui me cobrindo com uma membrana daquela mesma parede. Aos nove dias de vida, minha forma era a de um disco e tinha meio milímetro de diâmetro. Fui crescendo e aos doze dias de vida já tinha o dobro do tamanho: um milímetro.
Recebi o nome de embrião. Comodamente instalado, fui formando uma almofada que se chamava placenta, para que melhor me pudesse alimentar, retirando do organismo de minha mãe tudo o que precisava.
Já estava com quase um mês. A expectativa de minha existência era muito grande. A ansiedade de minha mãe se transformou em pura alegria quando os testes deram ?positivo?. Agora era meu pai a querer saber se eu seria menino ou menina, louro ou morena, de olhos castanhos ou azuis.
Quando ele perguntou: como será ele? Fui logo respondendo: tenho forma da letra c, e pareço com um cavalo-marinho. Tenho um centímetro de tamanho.
Não sei se me ouviram mas o que sei é que redobraram cuidados e recomendações.
Aos dois meses, meu corpinho estava mais reto, minha boca mais formada, meu nariz começava a aparecer, meus olhos estavam mais desenvolvidos. Meu tamanho? Quatro centímetros. Meu peso? Cinco gramas.
Aos três meses já tinha forma de gente... E o tempo foi passando.
Emoção mesmo foi no dia em que mamãe pôde ouvir o meu coraçãozinho bater. Sentia como se fosse uma mensagem para ela. E era mesmo. Era meu agradecimento por tudo o que ela fazia e pensava por mim.
Ela esperava, papai aguardava e eu também. Como seria o nosso reencontro?
Seis, sete, nove meses. O médico marcou o dia de minha chegada. O meu enxovalzinho estava pronto e meu bercinho me aguardando. Última semana de espera.
Hoje me apresentei para toda a família. Que alegria! Meu primeiro dia de vida, nos braços de minha mãe.
*
Os filhos que nos chegam pelas vias da reencarnação são, quase sempre, espíritos amigos com os quais já vivemos em outras eras.
Chegam-nos, batendo à porta do coração, a solicitar entrada e quando lhes permitimos o ingresso no seio da família, se enchem de felicidade.
Podem ser comparados a aves pequenas que retornam ao ninho, após exaustivas andanças por outras terras, à procura de carinho, ternura e abrigo.
Fiquemos atentos e jamais fechemos as portas do nosso amor a esses pássaros implumes que nos buscam desejando oportunidade para retornar à vida física.
Texto do CD Momento Espírita vol 3 - baseado em Apostila do grupo de gestantes da USE.


* * * Estude Kardec * * *

4 de janeiro de 2012

A Ingratidão dos Filhos e os Laços de Família



A ingratidão é um dos frutos mais diretos do egoísmo. Revolta sempre os corações honestos. Mas, a dos filhos para com os pais apresenta caráter ainda mais odioso. E, em particular, desse ponto de vista que a vamos considerar, para lhe analisar as causas e os efeitos. Também nesse caso, como em todos os outros, o Espiritismo projeta luz sobre um dos grandes problemas do coração humano.
Quando deixa a Terra, o Espírito leva consigo as paixões ou as virtudes inerentes à sua natureza e se aperfeiçoa no espaço, ou permanece estacionário, até que deseje receber a luz. Muitos, portanto, se vão cheios de ódios violentos e de insaciados desejos de vingança; a alguns dentre eles, porém, mais adiantados do que os outros, é dado entrevejam uma partícula da verdade; apreciam então as funestas conseqüências de suas paixões e são induzidos a tomar resoluções boas. Compreendem que, para chegarem a Deus, lima só é a senha: caridade. Ora, não há caridade sem esquecimento dos ultrajes e das injúrias; não há caridade sem perdão, nem com o coração tomado de ódio.
Então, mediante inaudito esforço, conseguem tais Espíritos observar os a quem eles odiaram na Terra. Ao vê-los, porém, a animosidade se lhes desperta no íntimo; revoltam-se à idéia de perdoar, e, ainda mais, à de abdicarem de si mesmos, sobretudo à de amarem os que lhes destruíram, quiçá, os haveres, a honra, a família. Entretanto, abalado fica o coração desses infelizes. Eles hesitam, vacilam, agitados por sentimentos contrários. Se predomina a boa resolução, oram a Deus, imploram aos bons Espíritos que lhes dêem forças, no momento mais decisivo da prova.
Por fim, após anos de meditações e preces, o Espírito se aproveita de um corpo em preparo na família daquele a quem detestou, e pede aos Espíritos incumbidos de transmitir as ordens superiores permissão para ir preencher na Terra os destinos daquele corpo que acaba de formar-se. 




Trecho do Evangelho Segundo o Espiritismo

3 de janeiro de 2012

Oração no Ano Novo


Senhor Jesus!

Ante as promessas do ano que se inicia, não nos permitas que esqueçamos aqueles com aqueles com quem nos honraste o caminho iluminativo:
As mães solteiras, desesperadas, a quem prometemos o pão do entendimento;
As crianças delinqüentes que nos buscaram com a mente em desalinho;
Os calcetas que, vencidos em si mesmos, nos feriram e retornaram às nossas portas;
Os enfermos solitários, que nos fitaram, confiantes em nosso auxílio;
Os esfaimados e desnudos que chegaram até nossas parcas provisões;
Os mutilados e tristes, ignorantes e analfabetos, que nos visitaram, recordando-nos de Ti...
Sabemos, Senhor, o pouco valor que temos, identificamo-nos com o que possuímos intimamente, mas, contigo, tudo podemos e fazemos. Ajuda-nos a manter o compromisso de amar-Te, amando neles toda a família universal em cujos braços renascemos.
*
"Seja o que for que peçais na prece, crede que obtereis e concedidos vos será o que pedirdes". Marcos: 11-24.
"Pela prece, obtém o homem o concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a lhe inspirar idéias sãs". Evangelho Segundo O Espiritismo - Cap. XXVII - Item 11.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Espírito e Vida. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

* * * Estude Kardec * * *